Depois de aproximadamente dois anos, estou aqui novamente atrás de um desabafo no meu lugarzinho de paz; sei que poucas pessoas irão ler, e é exatamente por isso que é confortável.
Eu estava decidida a não voltar agora, e a página "Postagem" estava aberta há horas, sem nada, mas uma conversa com uma amiga mudou totalmente o meu pensamento.
A mesma passou por um momento ruim em uma balada e como centenas de milhares de mulheres, foi vítima de uma sociedade e atitudes totalmente machistas, apontada como "vagabunda" por estar fazendo uma coisa totalmente normal. E mesmo sabendo que não havia feito absolutamente nada, ela se sentiu envergonhada, culpada e enojada pelo comentário e sim, pra ela, a noite tinha acabado e a graça também.
Isso me indignou de uma forma inimaginável. Sei que é algo enraizado, e vai ser difícil mudar o pensamento de pessoas que cresceram e foram ensinadas que essas são atitudes "normais", mas eu digo como mulher que não dá mais. Estou cansada de ouvir histórias, tanto de mulheres distantes quanto próximas, as quais com certeza se sentem ofendidas (e eu me incluo nisso), por comentários extremamente sem nexo e sem cabimento.
Sei que nossas atitudes de repúdio vem crescendo gradativamente através dos tempos e o posicionamento de exigir respeito está conquistando lugar na vida de muitas. Mas apesar de ser um progresso lindo, ainda não é o suficiente. Não adianta só combater o problema depois de "maduro". Eu realmente acho que deve ser adversado ainda na infância, deixando de lado o "passar a mão na cabeça" e dando ênfase no que é certo e o que é errado, no convívio em sociedade. Claramente estou me referindo a uma responsabilidade dos pais, em conjunto.
Sei que nossas atitudes de repúdio vem crescendo gradativamente através dos tempos e o posicionamento de exigir respeito está conquistando lugar na vida de muitas. Mas apesar de ser um progresso lindo, ainda não é o suficiente. Não adianta só combater o problema depois de "maduro". Eu realmente acho que deve ser adversado ainda na infância, deixando de lado o "passar a mão na cabeça" e dando ênfase no que é certo e o que é errado, no convívio em sociedade. Claramente estou me referindo a uma responsabilidade dos pais, em conjunto.
Dito isso, podemos discutir: o que é ser vagabunda?
Porque tenho a plena certeza de que pessoas que atacam outras com essa palavra, não fazem a mínima ideia do que significa:
Primeiramente que ninguém tem o direito de achar nada. Quem é ALGUÉM pra falar que tal atitude é amoral ou tal atitude é errada? O conselho para cada um cuidar da sua vida parece que só é pertinente na internet e em discursos na roda de amigos, né? (Às vezes nem isso).
Agora, beijar alguém, sendo solteira, em um ambiente de festa é "amoral"? É ser vagabunda?
A resposta óbvia é "não", porém existem pessoas que apontam essa palavra com outro fundamento. Se para um homem, uma mulher dona de si, que trabalha, estuda, está se divertindo em seu dia de folga, gosta de dançar e sendo solteira decide beijar alguém é "vagabunda", desculpa, mas faço o favor de me incluir nesse esteriótipo, totalmente fora de cabimento, como já foi dito.
Isso aqui não é nenhuma tentativa de aula de feminismo, longe disso. Não estou aqui pra isso (fica pra outro dia, comigo mais paciente e mais estudada). Esse espaço é meu e eu quis expor uma indignação, afinal é inaceitável que há indivíduos que defendem atitudes como essas, fazendo com que roupas, escolhas e qualquer outra coisa seja uma justificativa para tal ato.
Meninos, garotos e homens. Muitos (não todos) que eu conheço (e queria desconhecer), fazem constantemente coisas absurdas com mulheres em baladas, bares, escolas, transportes públicos e na rua e fazem QUESTÃO de exibir em redes sociais como se fosse algo bonito e de se dar orgulho, e os mesmos não são julgados como nós.
E deixo claro que são coisas consideradas CRIMES, além de bagunçar totalmente o psicológico e autoestima de uma menina, garota e mulher, que teve durante a vida toda a mente manipulada para aceitar tais ações e relevar. Eu já fui desrespeitada, assim como colegas, amigas e parentes, e esse comportamento sempre foi encoberto com a famosa frase: "ele é homem". Cansei disso, não há coerência.
Não admito mais e tento enfiar na cabeça de amigas que situações como essa estão propensas a acontecer todos os dias, mas nós, como um exército de mulheres, e tenho que enfatizar mulheres fortes (afinal, todas já sofreram algum tipo de agressão - seja física, verbal ou psicológica -; algum tipo de assédio; preconceito; situações de desigualdade; E ISSO DIARIAMENTE, DURANTE ANOS, DÉCADAS E SÉCULOS) podemos e iremos combater isso não importa quanto tempo leve, até porquê, há uma luta há anos, mas atualmente parece que com as redes sociais temos uma força maior, pois o alcance e o compartilhamento de histórias é imenso. Claro que não é apenas isso. A situação engloba toda uma desconstrução de pensamentos passados entre famílias e pela própria sociedade e que obviamente e devidamente causaram revolta e fizeram com que surgissem questões e implicâncias (com razão).
E deixo claro que são coisas consideradas CRIMES, além de bagunçar totalmente o psicológico e autoestima de uma menina, garota e mulher, que teve durante a vida toda a mente manipulada para aceitar tais ações e relevar. Eu já fui desrespeitada, assim como colegas, amigas e parentes, e esse comportamento sempre foi encoberto com a famosa frase: "ele é homem". Cansei disso, não há coerência.
Não admito mais e tento enfiar na cabeça de amigas que situações como essa estão propensas a acontecer todos os dias, mas nós, como um exército de mulheres, e tenho que enfatizar mulheres fortes (afinal, todas já sofreram algum tipo de agressão - seja física, verbal ou psicológica -; algum tipo de assédio; preconceito; situações de desigualdade; E ISSO DIARIAMENTE, DURANTE ANOS, DÉCADAS E SÉCULOS) podemos e iremos combater isso não importa quanto tempo leve, até porquê, há uma luta há anos, mas atualmente parece que com as redes sociais temos uma força maior, pois o alcance e o compartilhamento de histórias é imenso. Claro que não é apenas isso. A situação engloba toda uma desconstrução de pensamentos passados entre famílias e pela própria sociedade e que obviamente e devidamente causaram revolta e fizeram com que surgissem questões e implicâncias (com razão).
Vou parar por aqui dizendo que pra mim CHEGA. Vou fazer o possível para abrir o olho de colegas/amigas e faze-las enxergar que isso não é normal e não é aceitável. CHEGA de encobertar pessoas e atitudes escrotas. Digo aqui, que irei lutar pelas mulheres e fazer o que eu puder e o que estiver ao meu alcance.
Um dia de cada vez.
Sim, peguei a dor da minha amiga nesse momento. Mas, mexeu com uma, mexeu com a outra. Isso é empatia e isso é sororidade. Não falo só em relação a amizade, estou falando da nossa matilha. Nós por nós, sempre!
“Ser forte não significa exercitar os músculos. Significa encontrar seu próprio brilho sem fugir, vivendo ativamente com a natureza selvagem de uma maneira própria. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de defender o que sabemos. Significa manter-se e viver”. MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - Clarissa Pinkola Estés